A heróica Insurreição de Queimados
É um dos marcos da História do Espírito Santo. A Insurreição de Queimado ocorreu em 1849, na Serra, no atual distrito de mesmo nome. O frei italiano Gregório de Bene pediu aos negros da região que construíssem uma igreja, com a promessa de que intercederia junto aos senhores para que fosse dada a alforria a cada um dos negros que tivessem ajudado a erguer o templo.
Após a igreja pronta, em 19 de março de 1849, dia da Festa de São José, estava prevista uma missa. Como não tiveram a liberdade prometida, os negros, liderados por Elisiário, João da Viúva e Chico Prego invadiram a igreja e iniciaram a mais sangrenta insurreição da história do Espírito Santo.
Foram chamadas tropas para combater os escravos. Centenas foram mortos, muitos covardemente, mesmo após terem se rendido. Os principais líderes da revolta, Elisiário, João da Viúva e Chico Prego, foram presos e condenados a pena de morte. João da Viúva e Chico Prego foram açoitados e enforcados. Chico Prego teve pedaços de seu corpo espalhados pela Serra Sede. Elisiário fugiu para as matas do Mestre Álvaro e não foi encontrado. Uma lenda diz que o fantasma dele costuma aparecer ainda hoje nas matas ao redor da montanha.
Encontro com o caipóra
Em uma noite sombria e fria, na gruta de furnas, estava eu (Bismarck jardineiro) e meu finado pai (Antônio), já passava de meia noite, um silêncio intrigante, um frio que gelava a alma, a noite parecia mais escura que o normal (não tem como explicar), uma fogueira acesa pra nos aquecer, quando de repente, atras de nós, algo sussurra, e viramos pra vê o que era, com o foco da lanterna apontado em direção, ...então o susto, era um ser de estatura mediana, cabelos lisos e longos a altura do ombro, um olhar profundo, pele morena igual de indio, sem roupas, e o mais surpreendente, seus pés, eram virados pra trás; ficamos sem ação, e aquele estranho ser disse" quero fumo" e repetiu, "quero fumo", nós ficamos atemorizados, ...Foi aí que o Antônio teve uma idéia, pegou a espingarda e disse pra quele estranho ser: "abre a boca", o ser abriu a boca, e Antônio atirou, pra nossa surpresa, aquele ser disse: "fumo bom, mas fraco", e sumiu de diante dos nossos olhos. Depois deste dia, nunca mais voltei a acampar naquele lugar, só passo ali ao dia, e mesmo assim, sinto arrepios
Moxuara e Mestre álvaro
Serra e Cariacica são cúmplices numa história de amor. As duas cidades, segundo conta uma lenda, estão ligadas para sempre pela força de um sentimento que une até hoje o índio Guaraci e a índia Jaciara. Pertencentes a duas tribos inimigas - Temiminós e Botocudos - o jovem casal foi impedido de viver a sua história de amor. Comovido com a paixão dos dois índios, o Deus Tupã transformou-os em duas montanhas. O índio ficou sendo o Mestre Álvaro, na Serra e a índia, o monte Moxuara, em Cariacica.
Até hoje eles estão frente a frente, contemplando um ao outro e assim ficarão por toda a eternidade. Segundo o historiador Clério Borges, um pássaro de fogo sempre é visto nas noites de São João, indo do Mestre Álvaro ao Moxuara, abençoando o amor de Guaraci e Jaciara. Prova de que homens e histórias passam, mas corações não morrem jamais".
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